Machismo?


Em pelo século XXI, ano de 2015, ainda existe homem a maioria achando que pode ditar o que a mulher deve ou não fazer, vestir, dizer. Ainda pior, existem mulheres que se submetem a isso, que se sujeitam aos padrões de uma sociedade machista. Sim, machista, embora nem todo mundo admita.

Machismo não é só o homem ganhar mais do que a mulher, ou achar que mulher tem mais é que ser dona de casa, cuidar dos filhos. Machismo é invadir o espaço alheio de uma desconhecida na rua a chamando de gostosa (não, isso NÃO é um elogio, de forma alguma.). Machismo é achar que uma mulher tem que se dar o respeito (aliás, o que seria isso?). Machismo é achar que uma mulher não pode pegar 20 na noite, enquanto um homem pode. Machismo é chegar a força em uma mulher na balada, mesmo quando ela diz não mil vezes. Machismo é um terço dos estudantes de uma universidade (que deveriam ser seres pensantes) dizer que estuprariam uma mulher se não houvesse consequências (se você não ficou sabendo, leia sobre isso aqui.)

Machismo também acontece com os próprios homens. Quando uma criança é ensinada que não pode chorar, porque tem que ser “macho”. Quando os amigos do cara riem quando ele ganha menos que a mulher. Quando um cara é chamado de “mocinha” ou “gay” por ter medo de algo, por se recusar a fazer algo, por não chamar uma mulher de gostosa na rua. 

Infelizmente, é algo profundamente arraigado no mundo. Infelizmente, também, muitas mulheres se deixam ser oprimidas por esse mundo, sem reação (sem considerar as que realmente não podem fazer nada). É algo que está arraigado nas próprias mulheres, que crescem com o pensamento de ter que ser “moça de família”, ser “mocinha”, saber cozinhar, lavar, passar, se comportar, “se dar o respeito”. Somos criadas, na maioria, para agradar, e é difícil mudar o pensamento. Sempre fui teimosa, e não aceitava fácil o que me era imposto. Nunca entrou na minha cabeça porque eu teria que agradar um homem, e não vice-versa. Hoje, o maior absurdo para mim, não são homens sendo machistas (o que não deixa de ser um absurdo), mas mulheres machistas. É ver uma mulher no Instagram de outra comentar que ela parece uma periguete por estar com roupa curta. Pior ainda é ver uma mulher dizer que outra merece ser estuprada pela roupa que ela veste, que ela pediu por isso.

É preciso mudar esse pensamento, começando pelas crianças. Uma menina não tem que ser ensinada a ser uma “mocinha”. Ela tem que ser ensinada a ser o que quiser. Uma mulher não deve julgar outra pela sua roupa ou seu comportamento, elas tem que se ajudar.

E um menino não tem que ser ensinado a ser “machão”, a não chorar, a ser o provedor da casa, a não respeitar uma mulher. Um estuprador não é só um doente mental. É um garotinho que foi ensinado a “elogiar” uma mulher a chamando de gostosa, a ser obedecido por uma mulher a qualquer custo, que cresceu vendo comercial de cerveja onde uma bonitona apareceria e faria todas suas vontades. Cresceu ouvindo que mulher tem que ficar em casa, no fogão. É um conhecido, colega, parente, amigo, namorado, que tenta fazer o que uma mulher não quer a força. Ele tem que crescer ouvindo que uma mulher é um ser igual a ele, que tem os mesmos direitos e que merece respeito como qualquer ser.

Você, mulher, não tem que agradar ninguém a não ser a si mesma. Sua roupa, sua personalidade, suas vontades, seus atos; é você quem decide. E, acredite em mim, se um homem não te quiser porque você usa roupa curta, porque você não sabe cozinhar, porque não quer ter filhos, porque fala palavrão, porque tem livre arbítrio, porque é independente: sorte a sua. Você acaba de se livrar de um babaca.

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